m Xineladas Club: Idas e Vindas #4

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terça-feira, 15 de março de 2011

Idas e Vindas #4


Capitulo 4 – Mais um, por favor!



            O tempo havia passado muito rápido naquela tarde. E reencontrar meu irmão tinha me feito muito bem. Parte da escuridão que acompanhava minha vida naqueles dias havia se dispersado com o sorriso bobo estampado em seu jeito simples de ser. Assim era ele, incrível como sempre.

            Eram sete e quarenta e seis da noite e eu precisava me arrumar para encontrar com pessoal no bar da Feh. E pela primeira vez estava com animo de ir ver os amigos. Alias seria muito bom poder contar a todos sobre a novidade. Eu com muito orgulho seria a madrinha do casamento do meu irmão, não poderia estar mais feliz por isso.

            Em cima da cômoda do meu quarto o celular tocava insistentemente, como se fosse o fim do mundo e acabar com minha paz profunda fosse o ultimo recurso viável.

Camilla: Alô?

Clara: Milla, sou eu, Clara. Tudo bem?

Camilla: Ah, sim estou ótima. E você? Esta tudo bem? Aconteceu alguma coisa?

Clara: Estou bem sim, estou ligando só mesmo para confirmar se você vai lá na Feh logo mais.

Camilla: Claro que vou. Ia começar a me arrumar agora mesmo, quando vi o celular tocando aqui.

Clara: Então tudo bem. Uma pergunta.

Camilla: Diga.

Clara: O que aconteceu? Sua voz está diferente e você parece mais, como posso dizer, mais confiante, mais alegre. Confesso que há tempos não sentia você assim.

Camilla: Ah Clarinha, estou sim. Mas longa historia, prometo que hoje colocamos os assuntos em dia ok?

Clara: Tudo bem. Mas olha só, quero saber viu? Gosto de te ver assim, feliz e de bem com a vida.

Camilla: Prometo. E obrigada. Tenho que ir arrumar se não vou me atrasar. Beijos e te encontro lá mais tarde.

Clara: Beijos e até mais logo.

            Será que estava assim tão fácil de perceber minha alegria? Será que tão facilmente meu humor havia mudado por causa daquela tarde? Apenas uma tarde? Se assim o fosse não tinha o que reclamar, pelo contrario. Esperava mais tardes como aquela. Com toda certeza seria ótimo poder repetir a dose.

            Diante o espelho, ainda embaçado pelo vapor d’água do banho quente, eu tentava me reconhecer. O que tinha acontecido comigo naqueles dois últimos anos? Em quem eu havia me transformado? Tudo o que me lembrava era que eu só me via completa enquanto ela esteve ao meu lado. Havia um buraco na imagem refletida. Faltava paixão, fogo, alma, presença, alegria no que eu via diante mim. Era o meu vicio. Muito mais alucinógeno que qualquer droga ilícita que existia, ela sempre fora meu vicio. E ultimamente eu já não sabia mais como alimentar minha dependência. Estava morrendo aos poucos pela falta que ela me fazia. Meu corpo, minha pele, minhas mãos, meus olhos, meus lábios, enfim, meu ser por inteiro precisava e clamava por ela. Pelo seu corpo, pelo seu calor, por seus beijos, por seu amor.

            Vi a lagrima que descia lentamente na imagem refletida no espelho. Não! Por hoje não pensaria mais nisso. As coisas estavam mudando e agora tinha um motivo de não voltar à escuridão. Leandro ainda pensava em mim e eu nunca havia me esquecido dele. Precisava ser forte para ele e por ele.


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            Assim que entrei vi ao longe Clara que estava sentada no bar. E não pude conter um sorriso naquele momento. Era bom ver ela, eu tinha muitas coisas para conversar e ninguém melhor que ela.

Camilla: Clara! Bom te ver garota.

Clara: Vejo coisas? Não! É você mesma (risos). Senta ai sumida.

Camilla: Mal chegou e já está abusando das doses é? (risos)

Clara: E tem coisa melhor flor? Se bem que estou muito curiosa.

Camilla: Com o que?

Clara: Uai, com o que? Com o que você ficou de me contar! Preciso saber que feitiço foi esse que te fez ficar assim tão “radiante”.

Camilla: Hahaha. Nem é para tanto Clarinha. Mas sim, confesso que algo muito bom aconteceu.

Barman: Posso servir outro?

Clara: Sim, traz um para minha amiga aqui também.

Barman: É para agora linda.

Camilla: Que foi isso hein?

Clara: Não mude de assunto agora moça, anda vai logo dizendo que milagre foi esse que aconteceu para você ficar assim.

Camilla: Bom, é que hoje eu revi o Leandro. E você sabe... Faz dois anos que não nos víamos.

Clara: Caramba! E como foi?

Camilla: Então ele continua o mesmo de sempre. O jeito dele, os olhos, os cabelos, o sorriso...

Clara: E você continua com a mesma babação né? (risos)

Camilla: É isso nunca muda (risos). Mas de fato algo mudou.

Clara: O que seria então?

Camilla: Ele vai casar.

Clara: Casar?!

Camilla: Sim, casar. Eu também não acreditei quando ele disse. Levei um tempinho para assimilar a idéia sabe?

Clara: Poxa, mas ele é tão novo e já pensa em casar?

Camilla: Pois é. Mas ele sempre foi assim né, decidido e de bem com ele mesmo. Se ele estiver feliz eu o apoio sempre.

Clara: Entendo então.

Camilla: Entende o que?

Clara: Esse sorriso bobo que escorre no cantinho ai da sua boca.

Camilla: Ahh, mas ainda não é esse o motivo...

Clara: Uai, e o que mais poderia fazer você ficar assim tão boba? Homem eu sei que não é hahaha.

Camilla: Não teve um pingo de graça (risos), mas o fato é que ele queria conversar comigo não só para falar do casamento, mas também para me convidar para ser madrinha.

Clara: Caramba Milla!

Camilla: Viu agora? (risos) É esse o motivo de tamanha alegria boba.

Clara: Fico feliz por você flor, você merece isso e muito mais.

Camilla: Espero que sim (risos)

Clara: Um brinde!

Vitor: Milla!!!

Camilla: Vitor! Vem cá!

Vitor: Oh minha linda, bom te ver.

Camilla: Eu quem o diga! (beijando-o)

Vitor: Então o mérito é seu de tirar essa infeliz do casulo Clarinha?

Clara: Eu pensei que fosse viu Vitor, mas minha alegria durou pouco tempo.

Vitor: Como assim? Conta tudo linda!

Camilla: Ok, ok. Mas antes vamos nos sentar ali na mesa e ai sim te conto os babados da noite.

Clara: Vão indo na frente, vou pedir mais uma rodada para nós.

            O resto da turma ainda não havia chegado, na verdade havia marcado com a Clara de nos encontrarmos mais cedo e assim colocar o assunto em dia. Era bom como sempre conversar com ela. O bar ainda não estava cheio e com facilidade conseguimos nos sentar à mesa de costume.

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