A família é sem dúvida alguma o nosso primeiro contato com o mundo e o contexto de nossa construção como um ser diante a sociedade. É com os familiares que aprendemos e constituímos nossa personalidade, através de valores e crenças que são passados de pai para filho geração após geração. São aquelas pessoas, não necessariamente pai, mãe, irmã ou irmão, que te educaram, ensinaram a andar e a falar, deram carinho e amor para que assim você pudesse crescer saudável.
E talvez por isso muitos homossexuais tenham medo de se assumir, pois teriam que, não apenas se assumir diante a sociedade, mas também para os familiares que muitas vezes não sabem como lidar com o preconceito e julgam, em sua maioria, a homossexualidade como uma doença, o que de fato não é.
Ou seja, se já não bastasse todo aquele turbilhão de duvidas em que você se encontra por ter se descoberto lésbica ou gay, ainda há aquela dúvida de contar ou não contar para os pais.
Assumir-se lésbica ou gay não é simples. Porque você vai contra o principal paradigma instituído pela sociedade. Vai contra o que é convencional. Você passa a ser visto como alguém diferente, do contrário ao que supostamente é o normal e natural e é tratado como um estranho aos olhos do mundo.
E nesse momento o lugar em que nós queremos ser aceitos é dentro de casa. É onde gostaríamos de encontrar apoio, respeito, amor, compreensão e principalmente aceitação. Queremos ser aceitos como somos, independente da nossa escolha sexual, pelas pessoas que mais amamos.
Os pais quando descobrem que tem um filho gay ou uma filha lésbica tendem a achar que isso é um erro e que há concerto. Fecham-se com o medo do desconhecido. Todo aquele sonho que tinham de ver os filhos crescendo, formando, casando, gerando e criando os seus filhos e assim dando continuidade aos genes da família é perdido. Além disso, ainda existe o medo de que o filho homossexual não seja aceito pela sociedade e assim não conquiste o espaço que merece.
Então como lidar com essa situação? Como resolver esse dilema?
É um momento muito delicado o de se assumir para a família. Porque assim como já foi dito a reação deles nem sempre é aquela que esperamos e gostaríamos de presenciar. Mas isso também não quer dizer que é um bicho de sete cabeças, que você nunca vai conseguir conciliar sua homossexualidade com o “ter” e “ser” uma família. O primeiro passo é descobrir se você está pronto, preparado para levar sua homossexualidade diante os seus pais. E o momento certo? Só você poderá dizer, afinal você se conhece melhor do que ninguém. E se assim não o for, sugiro que tire um tempo para passar só com você e descobrir quem é essa pessoa diante você no espelho. É essencial, sendo ou não, homossexual termos essa intimidade com nós mesmos.
Apesar de não ser algo errado, sua opção sexual, o mais sensato a se fazer é manter a calma com a reação da família. Não adianta revoltar-se e querer que o mundo todo entenda o que você está passando. Por mais que seja um absurdo, em minha opinião, nos dias de hoje nós ainda sermos vistos como “doentes”. Lembre você está dizendo aos seus familiares que optou por um caminho diferente daquele que esperavam, um caminho muitas vezes que eles nem conheçam. É um tanto natural eles se sentirem perdidos, não saberem como reagir, negarem o fato e ou até mesmo usar como defesa um certo autoritarismo. Meninas, quando digo natural não estou dizendo que é assim que deva ser. Apenas tentando mostrar a vocês que não devemos também julgar a mão de ferro a reação dos nossos pais.
O dialogo é essencial. Infelizmente hoje vivemos na era do individualismo, da solidão. Mas o conceito de família não se encaixa nessas características. É fácil falar, mas difícil fazer. Eu sou prova viva disso xinelas, mas um erro cometido não quer dizer que sempre será assim. Se você não consegue achar o momento, se não acha espaço para isso, novamente paciência. Talvez procurar ajuda de alguém que seja especialista seja o melhor a ser feito.
E ressaltando, ser homossexual não é doença. Não pensem que vocês são o erro da questão. Não pensem que o motivo das coisas não andarem bem é porque você fez uma escolha precipitada e sem razão. Amar alguém do mesmo sexo que o seu é mais uma forma de demonstrar que você é ser vivo, e pratica o verbo do amar. Ser diferente do convencional, não faz de você alguém que pratica algo que é um absurdo ou um pecado. Só quem ama realmente entende que para o amor não há limites, não há explicações, não há razões. Apenas amamos.
Devemos passar a tratar a homossexualidade como algo normal. E não como um tema especial, exclusivo e cheio de cuidados. Afinal de contas somos iguais a todos certo? Não há motivo de alarmes etc.
O tema família VS homossexualidade gera muitas perguntas e muitas dúvidas. Por isso não caberia discutir o mesmo em apenas um post. Aqui inicio uma parte do que está relacionado ao tema. E para que haja continuação precisamos e contamos com a ajuda de vocês, xinelonas lindérrimas que nos acompanham diariamente.
O que vocês acham? Qual a opinião de vocês em relação a família e ser homossexual?
Espero que tenha sido do agrado de vocês xinelas :D
Beijos e até a proxima.