m Xineladas Club: Idas e Vindas #1

O Xineladas está de casa nova

Mudamos de mala e cuia, se em até 10 segundos não for redirecionado, clique
http://radioleszone.com.br/xineladasclub/
Obrigada.

Páginas

sexta-feira, 4 de março de 2011

Idas e Vindas #1

Xinelas lindérrimas que nos seguem, na enquete desta semana pedimos a opinião de vocês sobre postar ou não postar contos e romances aqui no blog. E bem, como lindas que vocês são, a maioria votou em sim, postar os contos aqui no blog e em "Yes, ficamos sexies na fotinha do time #FiuFiu". Então xinelonas, além dos temas que já tratamos, começaremos com alguns contos. O primeiro que vou postar aqui para vocês é de minha autoria e bem espero que seja do agrado de vocês meninas. Mas acima de tudo, peço a opinião e sinceridade de vocês. Se ficou bom, digam. Se ficou horrivel não tenham receio também de dizer, ok? Continuarão a ser as xinelonas queridas e lindérrimas do nosso blog :D

__________________________________________________________________________________

 Idas e Vindas:

Capítulo 1: Imersa em pensamentos.



            Os dias eram todos iguais. A única diferença eram os compromissos e os planos.  Pela manhã, logo quando eu acordava sempre me fazia a mesma pergunta: “Que dia é hoje?”. Ouvia então o som caótico do silêncio do meu quarto, os pássaros cantando lá fora e os ônibus em seus frenéticos passeios.

             Eu ficava sempre a imaginar aonde todas aquelas pessoas queriam chegar. Quais eram seus sonhos, seus planos e principalmente porque iam e vinham tão apressadas. Afinal, no final do dia voltavam para o mesmo lugar; o marco zero de suas vidas.

            Vivemos esperando algo, mas não sabemos o que é realmente esse “algo” que irá preencher aquele sentimento inexistente que habita nossos corações, apenas sabemos que temos que acreditar que ele existe. Que ele está perdido em algum lugar e por isso saímos à procura. Sem essa ilusão não sobreviveríamos. A nossa imaginação mantém nossa sanidade, pelo menos parte dela. A outra eu desconheço há tempos.

            Trabalhando em um escritório de jornalismo é difícil manter os pensamentos longes por muito tempo. A singularidade de cada funcionário aqui dentro era desnorteante, os risos, as conversas. A parte da tarde era assim. Seis horas seguidas de longas histórias. Era algo que realmente incomodava, mas ao mesmo tempo trazia certa paz, era a certeza que ainda estava viva.

            Dentro do ônibus me distraia com as músicas que ouvia com o fone plugado em meus ouvidos e com as imagens que passavam pela janela. Era como se a noite toda passasse diante meus olhos em poucos minutos. Minha mãe sempre me dizia que estava pulando etapas importantes com o estilo de vida que levava. Não sei bem o que ela queria dizer com isso e das vezes que tentei entendê-la mais confusa fiquei.

            Quando me lembro de certas pessoas com as quais passei parte da minha vida fico imaginando o porquê de tudo aquilo. Porque feri o coração delas. Tinha desistido do amor há tempos atrás, mas mesmo assim ele existia. Não em minha vida, mas na vida das outras pessoas. A atração física sempre existe, com ou sem amor, e tal fato talvez tivesse me levado a machucar alguém. Era algo que realmente eu tentava entender e nunca chegava a uma conclusão.

            Minha amiga, Clara, sempre me ligava no fim da tarde para conversamos sobre vários assuntos pertinentes. Apesar de morarmos na mesma cidade, morávamos distantes uma da outra, o que nos fazia recorrer ao celular. Nossas conversas eram boas, eu a entendia e ela me entendia um pouco. Ela sempre dizia: “O que você aprontou durante seu dia?” E isso me fazia pensar novamente em várias coisas, mas nunca chegava a uma conclusão. Sem resposta para tal pergunta ela tentava abordar de outra maneira: “Ei está tudo bem com você Camilla?” e eu sempre respondia positivamente, nossas conversas sempre eram agradáveis e me fazia bem conversar com ela.

            Apesar de ter apenas vinte e dois anos eu passava boa parte de meu tempo livre pensando na vida. Quando saia para festas e boates, era mais pelo fato dos meus amigos insistirem para eu ir com eles, zangavam facilmente com um não. Cursava jornalismo na faculdade federal da capital, motivo pelo qual minha mãe ainda tinha algum orgulho de sua desejada e querida filha. Ela de fato imaginava e sonhava com uma filha que tivesse uma vida incrível, que fosse importante socialmente, vivesse rodeada de amigos, enfim fosse a popular por onde passasse. 

            Mas digamos e convenhamos; eu fui o contrário. Para ser a popular no colégio como ela desejava, eu deveria sempre estar impecavelmente linda, ser mandona, filhinha de papai, ter dinheiro e principalmente arrumar duas amigas para ficarem me idolatrando. Eu não sou feia e nem me acho assim, apenas não queria aquilo para mim, era algo que não me atraia. E em muitas ocasiões isso chegou a ser motivo de brigas, porque apesar de eu não ser a popular e preferir ficar no meu canto eu chamava a atenção de alguns garotos, garotos que as “princesinhas” queriam e não conseguiam. Para mim isso não tinha valor algum, apenas era mais um motivo para sair de cena e ficar no meu canto; aquilo não me interessava. Meu gosto sempre foi diferente, aperfeiçoado eu diria.

            Outro sonho que minha mãe tinha era que sua doce filha arrumasse um namorado bonito, educado, simpático e que tivesse uma carreira brilhante pela frente. Talvez por esse fato, de eu nunca ter dado isso a ela, ela tenha perdido aquele brilho em seus olhos que vivia ali quando eu ainda era criança. Como ela sempre dizia após certo tempo só havia desilusões em sua vida. E apesar de ela nunca dizer isso a ninguém eu sabia que eu era a maior delas.

            O dia estava já terminando. Presa em meu quarto a imaginar o motivo de todo aquele ritual diário, eu ficava perdida em meus pensamentos. Clara havia me convencido de sair no sábado à noite com a turma. Íamos a um boteco em que sempre nos encontrávamos quando saímos para beber e jogar conversa fora. Não era má idéia, não digo também que me agradava totalmente, mas aliviava um pouco as coisas com os meus amigos. O dia havia começado cedo e terminado tarde, tarde o suficiente para dar várias voltas em meus pensamentos. E eu continuava com a mesma pergunta; “que dia é hoje?”

__________________________________________________________________________________

Contamos com o apoio de vocês meninas, comentem o que acharam. 
Beijos a todas e logo vem o segundo cap.

2 comentários:

  1. Uau srta Tha, Arrazooou!! Ja tive o Prazer de comentar diretamente com vc, autora, mas precisava passar por aki p reafirmar meu gosto pelo seu texto e o desfecho maravilhoso do capitulo!!

    Congratulations, baby!!
    Ansiosa pelo capitulo 2, ok!

    Ah, akela frase q eu gostei.. "A nossa imaginação mantém nossa sanidade, pelo menos parte dela. A outra eu desconheço há tempos..."

    PERFECT!!
    xD~~

    ResponderExcluir
  2. Muito bom mesmo Thamara-chan! Sabia que poderia esperar uma ótima história de ti =D
    Está de parabéns!

    ResponderExcluir